quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Justiceiro 2


O Justiceiro 2 (Punisher: War Zone). Terceira vez que realizam um filme do Justiceiro (não lembro da versão do Lundgren) e a despeito da fraquinha versão do Thomas Jane e John Travolta, tive a esperança aqui de que sairia algo realmente bom, já que o selo da Marvel Studios iria impor uma abordagem mais independente e livre da imposição sem noção das majors da indústria de holyood. Ledo engano meu.

A história é de Frank Castle, homem que teve a família morta pelos mafiosos italianos e agora busca a vingança de maneira quase pisicótica, mas após matar um agente do FBI disfarçado por engano resolve questionar as proprias atitudes e abandonar a matança. Mais aos poucos percebe que sem ele, a cidade e as pessoas que gosta vão sofrer nas mãos dos criminosos.

Ok, o filme é muito violento, Ray Stevenson (da série televisiva Roma da HBO) foi uma boa escolha para o papel, o homem tem cara de mau, mas o restante não funcionou bem, o filme é monótono, chato e tem pouca movimentação, os vilões são fraquíssimos e mal trabalhados (o Retalho mas parece um palhaço e não mete medo) e tudo corre sem determinação e com um roteiro cheio de clichês. Resumindo: O Justiceiro 2 na minha opinião é um projeto bem ruizinho, que não deixa marcas nem inspira o espectador.

Achei um grande engano colocar o filme praticamente todo com um Castle relutante e arrependido já querendo abandonar os seus métodos usuais. As cenas de ação realmente são gore mas não possuem mais nenhum atrativo, são escuras e conduzidas pela diretora Lexi Alexander com os já velhos cagoetes de videclipe.

É importante perceber que encher um filme com fortes doses de violência gráfica não é garantia de que teremos algo de bom, infelizmente faltou um argumento melhor, que daria carisma suficiente ao protagonista, e mais quantidade e movimentação nas cenas de ação. Pode ser chatisse minha mesmo, mas depois do fenomenal Rambo 4, fica difícil avaliar um trabalho de direção de cenas de ação da mesma forma que antes (maldito Stalone!).

Ainda não foi desta vez que Castle teve sua redenção no cinema.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Música dos Filmes - O Grande Dragão Branco (BloodSport, 1988)


Excelente trilha sonora misturando sintetizadores e temas orientais de Paul Hertzog e o rock/pop oitentista deliciosamente datado de Paul Delph.

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Duas Aventuras Cazaques.


Vou fazer comentários sobre duas produções de aventura histórica baseada em fatos reais realizadas recentemente no Cazaquistão. São dois filmes realizados com bastante esforço e apuro técnico pelos cazaques, que utilizaram suas locações e seu dinheiro para financiar a empreitada. Percebe-se logo de cara nos filmes o carinho e o cuidado na realização dos mesmos, já que além de serem grandes apostas, mexem com o espírito patriótico e de formação daquele povo. No entanto para realiza-los os cazaques recorreram a auxílios multinacionais de participações, como atores japoneses, americanos, finlandeses e ao diretor russo Sergei Bodrov, realizador de ambos os filmes.


Mongol (2007), é o que pode se chamar de pequeno épico, ou pequena pérola. Temos aqui contada um retalho inicial de uma grande saga, que seria a conquista de boa parte do mundo conhecido por Gengis Khan. O filme vai narrar o nascimento do homem, seu relacionamento com sua mais fiel esposa (feita por Khulan Chuluun, muito bela) e como aos poucos sua personalidade foi talhada pela dureza e violência das estepes asiáticas para em seguida poder unir e comandar os povos nômades para um objetivo comum, e que iria influenciar a formação de muitos países da Ásia.

Estamos no século XII, o apuro histórico e visual do filme é impressionante, e o fato do elenco em sua maioria ser local e falar a língua da época, dão uma veracidade com poucos pararelos em filmes históricos. O ator japones Tadanobu Asano faz Tedmujin adulto, naquele tipo de performance que o ator some por detrás do personagem. Ritmo lento mas hipnótico, sutileza na condução, grande profundidade humana, escassas mas grandes cenas de combate dão o tom do filme, que é guiado pela ótima trilha sonora do finlandês Tuomas Kantelinen, que dá a obra um espírito de aventura distante, quase de conto de fadas.

Interessante também a dualidade de Tedjemudin, ao mesmo tempo cruel e sanguinário com os inimigos, e um homem carinhoso e comtemplativo com os parentes e companheiros. Pode ser decepcionante que a história de fato não tenha fim e que acabamos sem ver o melhor da vida de Khan, mas é de bater palmas o belo retrato montado neste filme. Vale a pena.


Nomad - A Profecia de um Guerreiro (2005). Já neste filme aqui, realizado dois anos antes pelo mesmo pessoal de Mongol, faltou o principal: equilíbrio. Trata-se da história de Mansur, passada no século XVIII, descendente direto Gengis Khan, e de seu amigo Orali, que serão responsáveis pela unificação das tribos cazaques em uma única nação, o que viria a ser o Cazaquistão moderno, devido à ameaça de um inimigo comum, a tribo Jungar.

Apesar do retrato civilizacional ser o mesmo, o da selvagem rotina dos povos das estepes asiáticas durante períodos de barbárie, Nomad... é um filme bem diferente de Mongol, primeiro aqui a produção pareçe ter caído no erro de seguir à risca a cartilha do épico holyoodiano plastificado de verão: clichês, triângulos amorosos melosos, trilha sonora rompante e pouco sutil em vários momentos e tudo mais. Como ponto positivo temos novamente a produção muito boa com reconstrução de figurinos e cenários de um nível muito alto, além de batalhas em larga escala sem a utilização de computação gráfica.

A produção da terra novamente dá uma certa veracidade, mas aqui o elenco de frente foi radicalizado na multinacionalização, compostos entre outros de mexicanos e americanos, como o havaiano Mark Dacascos, quase irreconhecível pela caracterização de época, fazendo um dos vilões, e a dos próprios protagonistas, feitos por Jay Hernandez (de O Albergue) e Kino Becker.

Nomad... infelizmente acaba não se sustentando, por ser muito previsível, realizado com a velha pretensão de forçar as emoções no espectador e o resultado é que tudo fica muito enfadonho e sem conteúdo. Ficam as imagens belíssimas das estepes cazaques e a decepção de serem desperdiçadas em um filme sem a substância necessária. Ainda bem que Bodrov parece ter percebido os erros e limpado bem as arestas para realizar o Mongol dois anos depois. Visto desta forma A Profecia de um Guerreiro pode ser visto quase que como um ensaio mal-sucedido de Mongol. Recomendo apenas para os aficcionados em filmes históricos.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Força Policial.

Força Policial (Pride and Glory, de Gavin O'Connor). É difícil dizer como a uma altura destas, uma produção consegue reunir um elenco tão bom e caro, recursos a vontade como só Holyood sabe juntar, para fazer um filme que além de não ter absolutamente nada de novo a dizer, ainda tem uma argumento recheado de clichês e uma condução esquemática e óbvia.

Força Policial tem a pretensão de contar uma saga familiar onde o patriarca Francis Tirney (John Voight) seus dois filhos, Tirney Jr. (Noah Emmerich) e Ray (Edward Norton) e o cunhado destes Jimmy (Colli Farrell) são da NYPD (New York Police Department) uma das forças policiais mais famosas e bem vistas dos EUA , devido a pacificação imposta na cidade nos anos 80 e o sacrifício de vários de seus membros no atentado terrorista de 11/09/2001.

Tirney Jr. é honesto e comanda a delegacia 31, que está contaminada por um esquema sujo de corrupção que vem a tona quando quatros de seus membros são mortos em uma emboscada. A partir daí Ray é desnignado para investigar as mortes e caçar o culpado, e o esquema podre aos poucos vem a tona e aí vem o conflito de revelar tudo e expor a família e a instituição ou simplesmente acobertar o esquema e levar a família a corromper-se junto com os demais. Tudo é muito previsível, o roteiro se rende ao melodrama manjado; um dos irmãos além de ser separado e querer o retorno da esposa, tem um passado profissional comprometido devido à morte de um parceiro, o outro tem uma mulher com câncer, o patriarca da família é alcoolátra, etc. Tudo é conduzido sem sutileza pelo diretor Gavin O"Connor , e sempre forçando a barra.

O filme acaba caminhando para um final muito ruim, um conjunto de situações sem veracidade e que torna explícito o quão fraco e pouco criativo foi o roteiro escrito tamaém por O'Connor. Força Policial ainda fica mais fraco quando o comparamos com outros filmes que falam especificamente do NYPD como Cop Land, O Gangster e Os Donos da Noite (que fala justamente da época da pacificação), todos estes muito superiores e olhem que deve ter mais porque lembrei destes de impulso...

Em meio há tantas falhas somente temos um ponto positivo na escolha do elenco que tenta de forma heróica dar vida ao roteiro, em especial Collin Farrel que tem o melhor personagem do filme, instável e explosivo, mas ainda mesmo assim a turma por detrás das câmeras dava um jeito de atrapalhar, ao colocar uma cicatriz ridícula e sem propósito no rosto de Edward Norton . De resto a direção resolveu dar uma carga de violência explícita em alguns momentos da obra e só. Não recomendo nem aos amantes dos filmes policiais.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Westerns Orientais.

Comentários destes dois Westerns recentes vindos lá do oriente, o primeiro japonês e o segundo Sul-Coreano.


Sukiyaki Western Django (Idem, de Takashi Miike, 2007). Apesar do nome Django no título este trabalho, Mike se inspira no gênero western italiano em geral. O argumento principal segue mais o primeiro filme de Sergio Leone com Clint Eastwood o Por Um Punhado de Dólares do que o Django de Corbucci propriamente dito, apesar de é claro fazer questão de inserir a famosa metralhadora giratória guardada dentro de um caixão. No filme temos as duas facções inimigas (os brancos e os vermelhos), a cidade quase vazia e decadente, o homem sem nome que vem em socorro aos desamparados, a mulher que esconde seu passado... ou seja, as referências se atropelam, sobrando inclusive para a trilogia de fantasia O Senhor dos Anéis (o xerife/Golum).

Não é uma obra cinematográfica para todos os gostos. O local é fictício, um Japão rural misturado com o oeste antigo americano, e tudo mais é de uma estilização extrema, desde os figurinos estapafúrdios, cenários propositalmente artificiais, trilha sonora que surge dentro do prórpio filme (as cenas dos tambores), animações, atuações intencionalmente caricaturais (Tarantino, o xerife) e etc. O filme faz questão de ser anárquico, sem controle e demente a ponto de seriamente questionarmos a sanidade do diretor. O exagero da bagunça prejudica um pouco já que faz o filme ficar cansativo ao insistir na falta de lógica, mas por atirar para tantos lados logicamente aparecem aspectos positivos; algumas caracterizações são bem legais (o líder dos brancos por exemplo) e o riso vem bem espontaneamente em algumas partes, pricipalmente nas cenas de humor negro.

Mais movimentado na sua segunda parte, Sukiyaki Django acaba terminando com um saldo positivo, por Miike resolver encerrar o filme em alta qualidade, com um tiroteiro muito bem orquestrado e um duelo final climático . E como não se emocionar com a música tema original do filme de Sergio Corbucci sendo cantanda em Japonês?


O Bom, O Mau e O Bizarro (The Good , The Bad, The Weird aka Joheunnom nabbeunnom isanghannom, de Ji-woon Kim, 2008) é bem mais acessível e despretensioso, a intenção aqui é diversão pura e o entretenimento, e o filme consegue impor um grande ritmo de aventura na simples história de caça ao tesouro na agitada Manchúria (país fantoche criado à força pelo Japão imperial tomando partes da Coréia e da China) nas vésperas da segunda guerra mundial. Logicamente o filme evoca o clássico de Sergio Leone Três Homens em Conflito, mas buscar comparar os filmes seria um tanto injusto, já que Leone tinha um nível de realização muito apurado em todos os sentidos, e temos que pensar no filme coreano mais como uma homenagem.

Excelente produção, ótima trilha sonora, trabalho de câmera fantástico, cenas de ação de tirar o fôlego, com destaque para a perseguição no deserto na segunda metade, longa e complexa, deve ter gerado um trabalho de louco para a equipe do filme. Gostei muito também da estética dos personagens e das inúmeras facções. Ji-woon Kim faz as vezes neste filme do famoso estilo de diretor-general, sempre trabalhando com cenários e locações a perder de vista, figurantes a mil etc. Os três protagonistas foram bem escolhidos, mas o realizador resolveu claramente colocar o bizarro em primeiro plano com uma boa intepretação de Kang-ho Song.

Mas nem tudo é perfeito no filme, o roteiro escorrega um pouco fazendo algumas piadas não funcionarem, deixando algumas pontas soltas, como se o filme tivesse sido editado à força (e olhem que tem mais de duas horas) e a pior parte foi o encerramento pouco satisfatório na minha opinião. Mas vale muito a pena assistir, seja para comprovar o talento dos sul-coreanos no cinema de entretenimento, seja para conferir um western movimentado como a bom tempo não se fazia.

Obs: Interessante como ambos os filmes possuem ecos fortes de Kill Bill de Q. tarantino. Em Sukiyaki... o duelo final com neve remete claramente ao duelo entre a noiva e O-Ren Ishii, enquanto na perseguição no deserto de O Bom, O Mau e O Bizarro a trilha sonora que guia a cena é Don't Let Me Be Misunderstood, em uma versão instrumental assim como no mesmo filme de Tarantino (e na mesma cena do duelo de espadas)... influência dos influenciados...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Comentários - Cinema Automobilístico.

Na década de setenta, um sub-gênero de filmes se tornou muito popular nos EUA, e em seguida na europa também: o de corrida de automóveis. Muito influenciado pela abertura de moderna e novas estradas pelo país afora, os americanos no campo do entretenimento logo trataram de abordar o tema com argumentos quase sempre envolvendo grandes perseguições automobilísticas.

Deste círculo de filmes, chamados entre outro nomes de "automovies" a maioria era realizado claramente para agradar ao público, sendo exibido em sua maioria em cinemas alternativos e drive-ins, com elencos mais baratos e pouca preucupação com o politicamente correto, mas mesmo assim com um apuro realístico incrível, perseguições colocando em risco de forma real a vida de dublês e pessoal da produção em geral, tudo de forma a agradar e impressionar uma platéia ávida por velocidade, acidentes e destruição. Se destacaram filmes desta safra por exemplo "Grand Theft Auto", "Cannonball" (que o Felipe M. Guerra dissecou aqui) e estes dois que vou comentar abaixo:

Corrida Contra o Destino (Vanishing Point, 1971 de Richard Sarafian), de certa forma é uma obra precoçe da safra de filmes de corrida já que veio um pouco antes do estouro do estilo. A projeção conta a a história de um ex-combatente do vietnã, ex-policial e ex-piloto de corridas (ou seja, ex em tudo) que trabalhando para uma agência de venda e entrega de automóveis recebe a incubência de entregar um Dodge Challenger 1970 branco de Denver, no Colorado, para São Francisco, na Califórnia. Logo na partida ele aposta com um amigo que consegue fazer a entrega em 15 horas. Então entope-se de barbitúricos para não dormir (aqui no Brasil conhecido nas estradas como "arrebites") e parte para a rodovia soltando fogo.

Em dado momento devido a alta velocidade é dada a ordem de parada por policiais rodoviários em motocicletas harley-davidson; Kowalski (Barry Newman), provalvemente pensando na aposta e meio chapado, desobedece e foge, iniciando uma intensa perseguição por várias forças policiais rodoviárias de vários estados ao longo do caminho. Como se não bastasse, Kowalski ainda tem que enfrentar pelo caminho motoristas de pega que o querem tirar da estrada e assaltantes homossexuais. Vanishing Point em resumo é isto, uma longa e muito bem encenada perseguição automobilística, imposta de forma realista e intercalada por flashbacks da vida passada do protagonista, e os toques habituais de road-movie.

O filme na verdade vai bem além da ação pura e simples, e em dado momento a polícia nem sabe mais porque o persegue com tanto aparato, já que o carro não é roubado e nem Kowaslki sabe por que tem que fugir sem parar se arriscando por causa de uma aposta. Logo entendemos o filme como uma metáfora onde o personagem principal claramente não tem mais seu lugar no mundo e simplesmente prossegue porque tem que seguir adiante. Consumo de drogas, comunidades hippies, coletores de serpentes, moças nuas em motocicletas e uma trilha sonora selecionada dão ao filme a essência básica de um cult.

Um retrato bem característico da sociedade americana no começo dos anos 70, quando a filosofia "paz e amor" já se deteriorava. Somente achei a trama paralela do Dj que o auxilia através da estação de rádio um pouco enjoada (o Dj é muito chato com aquela gritaria). Filme interessante e muito bem conduzido por Sarafian, que entende do riscado mas que infelizmente cairia no ostracismo no final da década.


Corrida Com o Diabo (Race With The Devil, 1975 de Jack Starrett). Dupla de corredores profissionais de motocicletas e suas respectivas esposas resolvem sair de férias em um novo moto-home (aqeles veículos-residência muito populares nos EUA) e viajar pelas estradas do interior "country" até Aspen para esquiar e descansar um pouco. No começo tudo vai bem com os homens demonstrando suas habilidades nas motos que levaram na bagagem, bebedeiras com as esposas e tudo mais. Só que em dado momento que estão acampados ,acabam testemunhado um ritual de magia negra em um vale deserto onde uma moça é sacrificada e são implacavelmente perseguidos pelo sinistro grupo de assassinos ao longo das rodovias dos EUA.

É impressionante como no imaginário americano ficou enraizado o temor que os habitantes da cidade grande tem dos "caipiras" do interior, não foram poucas as vezes que os mesmos são tratados no cinema como pilantras, preguiçosos, sádicos, assassinos e aqui neste filme são também satanistas, e que parecem estar por toda a parte, dando o clima de paranóia. Não são poucas as vezes que os casais tem sair em disparada com seu desengonçado veículo, sempre acuados ou assustados. A polícia faz pouco caso de seus temores, e logo eles entendem que se quiserem sobreviver terão que enfrentar o perigo de frente.

Corrida contra o Diabo é essenciamente durante boa parte de sua duração um filme de suspense, desde os interessantes créditos iniciais até antes de iniciar o confronto propriamente dito com o grupo de bruxos. A dupla principal é boa, temos Peter Fonda com aquele eterno ar "Easy Rider" com muito carisma enquanto o outro é o já falecido Warren Oates (de Meu Ódio Será sua Herança) que dá o contraponto carrancudo necessário e tem para si a melhor frase do filme: "I don't believe in a school bus on Sunday". As mulheres dos protagonistas é que infelizmente pouco fazem mais do que gritar e chorar durante boa parte do filme.

O diretor Jack Starrett, que já dirigiu episódios de séries televisivas clássicas da época como Planeta do Macacos e Starsky and Hutch e trabalhou mais como ator, é seguro e apresenta um filme enxunto, tenso durante toda a sua duração e deixa guardado para os vinte minutos finais a ação principal, uma perseguição automobilística desesperada e muito bem feita. Legítimo produto da década, vale uma conferida para saber como se faz um thriller de qualidade sem precisar de muita coisa.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Previsões 2009 - Projetos Promissores (ou não) - Parte 5


Resumo da Opera: Fighting, de Dito Montiel abordará o submundo das chamadas street fights, nos EUA, com Terence Howard e Cung Le no elenco. Cung Le que por sua vez também estará em True Legend, novo projeto de época de Yuen Woo-Ping a sair no final do ano. Street Fighter: A Lenda de Shun-Li de Andrezedj Bartkowiak é mais uma tentativa de trazer a história do famoso game para as telas com sucesso, a aposta será um filme ponto de partida com poucos personagens, deixando de fora inclusive os mais conhecidos do game... cheiro de bomba. Legendary Assassin de Wu Jing, promete ser um filme de artes marciais à moda antiga com uma generosa dose de drama, pelo trailer é filmão. COWEB, é a estréia como diretor do coreógrafo da série Once Upon a Time in China, Xiong Xin-Xin e vai mostrar o trabalho de uma jovem especialista em artes marciais que é guarda-costas de um chefão ameaçado por lutadores perigosos. Da Tailândia virá Fireball, de Thanakorn Pongsuwan, que promete misturar Muay-Thai e um jogo parecido com basquete de forma bastante violenta.




Lá no Mainstram americano logo no primeiro semestre The Rock (que pelo visto quer se livrar deste apelido) protagoniza Race to Witch Mountain, sobre dois adolescentes paraormais perseguidos que embarcam por acaso no taxi do herói. Fast & Furious sai em abril, e trás de volta Vin Disel na franquia que infelizmente virou referência de público aqui no Brasil. Comandos Em Ação de Stephen Sommers estréia no segundo semestre, conferida só pela nostalgia. The Taking of Pelham 123 de Tony Scott, vai ser um remake do clássico de 1974, sobre o sequestro de um trem de metrô, com Denzel Washinton (já virou ator feitiche do diretor) e John Travolta. Crank 2, de bryan Taylor é a improvável sequência de Adrenalina, e promete ter a mesma desmioliçe aumentada do primeiro filme, deve estrear ainda no primeiro semestre.



No reino dos DTV e independentes: Jean Claude Van Damme vai atacar de diretor e protagonizar The Eagle Path (foto), filmado na Tailândia com uma forte história de amor em meio ao argumento de ação. Give in Hell, Malone, de Russell Mulcahy, vai apresentar um filme policial setentista recheado de violência e sexo, pelo teaser parece ser interessante ,Thomas Jane é protagonista e a belíssima Chris Yen também está no elenco. Black Dynamite, de Scott Sanders vai ser um projeto interessantíssimo, um legítimo exemplar blaxploitation tanto na história como no estilo de edição e filmagem, vai ser visto pela primeira vez no festival de Sundance. Command Performance, dirigido e estrelado por Dolph Lundgren, vai trazer a incrivel história de um baterista de uma banda de rock e ex-agente de segurança (advinha quem?) que vai salvar o presidente da Rússia de um sequestro realizado por terroristas em um concerto musical, o teaser abaixo com o sueco atacando de baterista performático é hilário:


domingo, 18 de janeiro de 2009

Previsões 2009 - Projetos Promissores (ou não) - Parte 4


Dogs of Chinatown - previsão: fevereiro
Diretor: Micah Moore
Elenco: Rudy Chu, Brian Lee, Hyuen Thi.

Não confundam o diretor com aquele documentarista famoso. Este é o projeto de estréia dele e pelas imagens do trailer é um filme bem primitivo com vários elementos extremos como suicídio e consumo de drogas. As cenas de luta segundo alardeiam os produtores são ultra-realistas.


Public Enemies - previsão julho/agosto
Diretor: Michael Mann
Elenco: Johnny Deep, Chistrian Bale, Stephen Dorff, Marion Cotillard e Billy Crudup.

Filme irá narrar a saga do gangster assaltante de bancos Dilinger (Deep) durante a época da grande depressão nos E.U.A e paralelamente a luta do F.B.I sob o comando do lendário Edgar Hoover (Billy Crudup) para captura-lo e destruir a corrupção dentro da própria corporação. A produção já anunciou a presença de diversos embates de armas de fogo, no estilo que só Mann sabe fazer. Sem maiores comentários, periga a ser o filme do ano.


Inglorious Basterds - previsão: agosto
Diretor: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Eli Roth, Simon Pegg.

Ainda é um pouco cedo para saber o verdadeiro tom desta última produção do queixudo .Pelo elenco alardeado antes das filmagens o resultado foi ficando um pouco decepcionante, e Morricone pulou fora da trilha etc. Mas confio no diretor e espero uma produção desta vez mais um pouco movimentada e com um pouquinho menos de papos intermináveis. E no filnal das contas ningúem faz um filme estilo Tarantino tão bem como o próprio.


O exterminador do Futuro: Salvação - previsão: maio
Diretor: McG
Elenco: Christian Bale, Bryce Dallas Howard.

Finalmente vai ser mostrada a guerra entre máquinas e Humanos. A aposta na produção foi alta, o elenco é bom e curto bastante os filmes anteriores (inclusive o terceiro) mas sem Arnold e com McG na direção... tudo pode estar perdido.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Previsões 2009 - Projetos Promissores (ou não) - Parte 3


Shinjuku Incident - previsão: junho/julho (China)
Diretor: Derek Yee

Elenco: Jackie Chan, Ken Watanabe, Daniel Wu, Ju Jinglei.

Projeto de drama/ação do astro de Hong Kong. Jackie Chan faz um imigrante chinês que chega no Japão e descobre que sua antiga namorada agora é casada com um chefe da yakuza (Ken Watanabe). Logo ele também passa a fazer parte da esfera do grupo, trabalhando como um assassino, mas passa aos poucos a questionar e perceber o inferno sem volta em que entrou. Como pano de fundo o filme irá mostrar o sofrimento dos imigrantes chineses no Japão. Como no último exemplar de Police Story, será um filme totalmente sério de Mr. Chan, e agora abordando um tema explosivo que é a relação entre Japão e China. Chan contra yakuza? Ken Watanabe como vilão? Tem todas as prerrogativas para ser um filmaço.

Higk Kick Girl! - previsão: julho (Japão)
Diretor: Fuyuhiko Nishi
Elenco: Rina Takeda
.

Colegial se envolve contra uma gangue de peritos em artes marciais que querem matar o seu sensei. Com o sucesso de Chocolate em todo o oriente, o Japão começa a produzir em larga escala filmes de ação de artes marciais com garotas como protagonistas. Este parece ser o mais promissor, já que tem o competentíssimo Fuyuhiko Nishi na d
ireção, e Rina takeda, além de ser na vida real faixa preta de Karate terá sua personagem vestida de colegial em todas as cenas...

Ninja Assassin - previsão: final do ano
Diretor: James McTiegue
Elenco: Jung “Rain” Ji-hoon, Naomie Harris, Rick Yune, Sho Kosugi.

Garoto tirado das ruas é treinado por clã de ninjas assassinos e vira o seu mais eficiente matador, mas ele se rebela após o clã matar o seu melhor amigo e vai enfrentar os seu antigos mestres em uma batalha mortal. Produção dos irmãos Wach
owski, com o astro pop Rain no papel principal. O filme promete abusar da violência e da estilização e trás o ícone dos filmes de Ninja dos anos 80, Sho Kosugi como o líder do clã. Vamos ver...


Ninja - previsão: junho (EUA)
Diretor: Issac Florentine
Elenco: Scott Adkins, Tshuyoshi Ihara, Mika Hiji, Tod Jhesen.

Ocidental altamente treinado na arte Ninjutsu retorna a Nova Iorque para proteger a lendária armadura Ninja Yoroi Bitsu de ser tomada por um grupo de assassinos. Pareçe começar haver uma tendência de retorno de filmes sobre ninjas, que foram uma febre nos anos 80. Issac Florentine (de The Shepherd e Undisputed 2) dirige a produçao e costuma realizar sequências de ação acima da média. Scott Adkins, muito recorrente como dublê e coadjuvante de vários filmes de ação recentes vai ter a sua chance como protagonista. Apesar de tudo creio que será um DTV e é bom não colocar muitas esperanças.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Previsões 2009 - Projetos Promissores (ou não) - Parte 2


Punisher 2: War Zone (O Justiceiro 2) - previsão: 3 de abril (Brasil)
Diretora: Lexi Alexander
Elenco: Ray Stevenson, Dominic West e Doug Hutchinson.

Ok, já saiu nos EUA em dezembro, mas quase ningúem aqui viu. A opinião da maioria foi satisfatória e a geral foi que o filme é doentio e violento. Não fui muito com a cara das cenas de ação do trailer, excessivamente estilizadas, cortesia da diretora. Frank Castle, apesar de ser um herói mais alternativo da Marvel é um dos personagens que mais insistiram destrambelhadamente no cinema, com três produções totalmente divergentes uma da outra. Mas de qualquer forma vale conferir com certeza.


Obg Bak 2 - sem previsão no Brasil
Direção: Tony Jaa

Elenco: Tony Jaa
, Nirut Shirychania.

Já saiu nos países do oriente entre dezembro e começo de janeiro. Podemos esperar o melhor possível disto aqui. Pelos trailers e promos, as imagens são incríveis, tanto pela alta produção como pelas cenas de combate. Tony Jaa ataca como diretor, mas a supervisão deve ter sido tanta que a inexperiência não deve prejudicar. Ambientado em uma época passada os personagens nada tem a ver com o primeiro filme. Conferida obrigatória.


The International - previsão: fevereiro (EUA)
Direção: Tom Tykwer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts

Agente da Interpol e mulher estão determinados a desmontar uma rede de corrupção internacional por trás de uma poderosa instituição financeira. Trama de de ação internacional ao estilo 007 e Bourne. Direção e locações européias. Pode ser uma boa pedida. Neste caso aqui depende muito de como o roteirista Eric Waren elaborou a história toda.

Against The dark - previsão: fevereiro (EUA)
Direção: Richard Crudo

Elenco: Steven Seagal, Tanoai Reed
.

Periga a ser a comédia do ano se a produção e Mr. Seagal não tomaram o devido cuidado. Neste DTV ele é um mestre da espada samurai que vai comandar um grupo de resgate em uma missão em um hospital repleto de vampiros, zumbis e o que mais vier. Pelas últimas produções que Seagal apareceu infelizmente tem tudo para ser um desastre total sem ter nem pelo menos o humor involuntário. O trailer pode ser visto abaixo:

Previsões 2009 - Projetos Promissores (ou não) - Parte 1


Killshot (Tiro Certo) - previsão: 23 de janeiro (EUA)
Direção: John Madden
Elenco: Diane Lane, Thomas Jane, Mickey Rourke, Rosario Dawson e Justin Timberlake.

Um casal ingresso no programa de proteção as testemunhas é implacavelmente perseguido por um assassino profissional. Mikey Rourke, o ator do momento faz o vilão, o que é promissor, mas os nomes restantes do projeto podem embolar tudo. John Madden não tem absolutamente experiência nenhuma no gênero e pelos filmes mais notórios dele (Capitão Corelli, Sheakspeare Apaixonado) é para se ter um pouco de medo do resultado.


Outlander - previsão: 23 de janeiro (EUA)
Direção: Howard McCain
Elenco: Karl Urban, James Caviziel, Sophia Myles, Ron Perlman e John Hurt.

Um verdadeiro bumba-meu-boi: espaçonave de outro mundo cai na terra no norte da Europa durante o domínio Viking. Na nave um terrível monstro alienígena e um herói combatente. De forma desesperada o herói de outro mundo com suas armas de alta tecnologia se alia aos primitivos soldados vikings e seus arsenais da idade do ferro para matar o monstro que ameaça exterminar toda a civilização nórdica. Com um argumento destes o que pode salvar o filme de ser mais uma bomba é assumir explícitamente a sua vocação B, e abusar da violência. O diretor é o mesmo da série Underworld, ou seja, tem capricho pelo visual, mas pelo resto... Ron Perlman pelo menos é sempre boa presença.


Push - previsão 06 de fevereiro (EUA)
Direção: Paul McGuigan
Elenco: Dakota Fanning, Chris evans, Djimon Hounsou

Programa de agentes secretos, norte-americanos implanta os chamados pushers, agentes com poderes telecineticos que acabam saindo do controle. A chave para desmontar o grupo está em uma garota vidente de 13 anos. Simplesmente temos aqui uma produção que segue a cola recente das séries televisivas estadunidenses como Heroes e até mesmo outros filmes como Jumper. Sinceramente acho que vai trazer tudo o que estas produções tem de pior.

Shadows in Paradise - s/ previsão
Direção: Bill Corcoran
Elenco: Tom Sizemore, Mark Dacascos, Dany Trejo, Armand Assante e Steven Bauer.

Esquadrao Cladestino é formado para combater terroristas da rede Al-Qaeda. Típica produção DTV americana; mas me chamou a atenção para o elenco, reunindo vários medalhões recorrentes deste tipo de produção. Assante de qualquer forma é um puta ator. Vou esperar para ver o que vai dar, já que o diretor Bill Corcoran tem mais experiência na televisão do que nos DTV.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rapidinhas: Van Damme e Steven Seagal

Comentários rápidos sobre estes dois filmes recentes (não os últimos) de dois ícones do cinema de ação norte-americano.



Até a Morte (Until Death, 2007) veio com uma proposta nova na então combalida carreira de Van Damme. Mais calcado no drama e com uma certa pretensão noir, o diretor Simon Fellows, que volta a trabalhar com o belga (desta vez a parceria rendendo algo mais do que o fraco Segundo em Comando), mostra o ex-bailarino no papel de um policial viciado em drogas que caiu em desgraça após uma operação mal-sucedida em que acabam morrendo dois policiais de sua equipe. A primeira metade do filme de fato é muito boa, bastante movimentada, e mostra a gradual descida do personagem Anthony Stowe ao inferno pessoal e profissional de forma bem convicente e auto-destrutiva, muito graças a supreendetemente boa atuação de Van Damme (a cena do restaurante com a esposa do seu personagem mostra isto), no entanto o roteiro logo evidencia os seus buracos na segunda metade, quando o filme fica enfadonho e com reviravoltas forçadas. Prejudica muito também um fraco vilão que nunca fica explicado qual foi mesmo a relação que possuía com o protagonista no passado. Com poucas cenas de combate físico, mas com generosas cenas de tiroteio (a da lanchonete é a melhor), Até a Morte vale a conferida por trazer um Van Damme vigoroso e convicente e aparentemente feliz por estar envolvido no projeto.



O que Van damme mostra de entusiamo em seus últimos filmes, apesar de serem um tanto capengas, Steven Seagal mostra de desânimo, tristeza e falta de carisma em suas últimas fitas. O Voo da Fúria (Flight of Fury, 2007) é prova disto. Notadamente em fora de forma, com dublês em praticamente todas (bem fracas por sinal) cenas de ação e inclusive sendo dublado em alguns diálogos enxertados para colar o roteiro, o outrora astro dos fenomenais Nico, Acima da Lei e Marcado Para a Morte se mostra aqui apático e "atuando" notadamente para cumprir a obrigação de sempre lançar dois ou três filmes por ano no mercado de vídeo mundial. Se obras recentes que o mestre de Aikido participou como Operação Sol Nascente e Lado a Lado Com o Inimigo se mostram interessantes em alguns pontos devido a competencia do trabalho de direção (Mink e Anthony Hickox respctivamente), O voo da Fúria ainda tem a infelicidade de trazer um diretor de nome Michael Keusch que falha miseravelmente em todas as partes de movimento e não consegue empolgar em absolutamente nenhum momento que pretensamente era para ser emocionante. Em certo momento da obra temos até uma cena lésbica mais ousada entre duas atrizes que é disparada a melhorcoisa do filme, sinal que algo saiu muito errado em tudo aqui. O roteiro que trás uma trama militarista inverossímel no Afeganistão até daria desculpas para bons momentos, mas nada foi bem aproveitado. Fiquem longe disto aqui.

De volta ao blog!

Olá amigos depois de uma "pequena" ausência vou retornar aos textos desta vez sem as mulheres e o MMA (só no blog!) tecendo comentários sobre o cinema de movimentação. Espero que gostem.