quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Filmes - A Cruz de Ferro

A CRUZ DE FERRO (CROSS OF IRON) - Inglaterra/Alemanha; 1977. Dirigido por Sam Peckinpah; com James Coburn, Maximilian Schell, James Mason, David Warner, Klaus Löwitsch, Vadim Glowna e Roger Fritz.

É realmente um grande prazer assitir um filme com uma boa expectativa e ao termina-lo ter a certeza de que tudo aquilo que você esperava foi superado. É claro que é um filme do mestre Peckinpah, mas não sabia que A Cruz de Ferro era uma obra tão visceral, tão bem dirigida e conduzida e tão emocionante. Tudo funciona perfeitamente. O impacto das cenas é forte, o uso do som é eletrizante, a edição é elegante, a fotografia enevoada é climática. O tradiconal uso da câmera lenta é usado sobermamente nas cenas de ação, e que cenas! O ataque dos temíves tanques soviéticos T-34 ao pelotão do sargento Steiner na segunda metade é de deixar o John Woo de hoje em dia corado de vergonha. Mas vamos a história: em meados de 1943 a Alemanha começa a sua decorrada diante do exército vermelho da União Soviética. Batendo constantemente em retirada pelo imenso terrítório russo, os alemães não tem descanso diante dos ataques; é neste cenário que somos apresentados ao pelotão germânico comandado pelo sargento Steiner (James Corbun perfeito) que por sua vez passa a receber ordens do capitão Stransky (Maximilian Schell) um oficial sem escrúpulos nem compaixão pelos seus soldados que almeja conseguir a qualquer custo a condecoração cruz de ferro, a maior honra dada a um militar em combate na época da Alemanha nazista. Com cuidado, o diretor vai construindo com maestria o perfil dos personagens, presos a um ambiente de constante neurose mostrados em vários diálogos bem construídos e situações deprimentes. Sem aliviar em nada, o filme se mostra depressivo e ultra-violento em meio a hipocrisia e cinismo dos oficiais superiores nazistas (ótima a passagem da enfermaria). A segunda metade, quando o pelotão de Steiner vaga pelo terreno soviético sem comando e sem esperança é recheada de passagens espetaculares como quando os alemães batem de frete com um grupo de mullheres-soldados russas. Um exemplar perfeito e unsual do cinema de guerra, afinal é mostrado o embate mais violento e gigante que houve no segundo conflito mundial, que foi entre a Alemanha Nazista e a União Soviética; coisa que o cinema de holyood sempre fez questão de ignorar ao máximo por influência ideológica. Por fim como não falar da excelente passagem dos créditos iniciais com música infantil alemã, e o encerramento do filme, irônico e grotesco, de aplaudir de pé. Obra-prima.

"Não se alegrem com a derrota deles homens, mesmo que o mundo tenha se erguido para combater o bastardo, a cadela que o pariu está no cio novamente"

Berltold Brech

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