quinta-feira, 10 de maio de 2007

Filmes - Stallone Cobra

STALLONE COBRA (COBRA); EUA 1986; Dirigido por Geoge P. Cosmatos; com Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni, Brian Thompson e Andrew Robinson.

Um dos maiores pertardos da truculência que o cinema americano produziu nos anos oitenta, a radicalização mainstream da era dos heróis anabolizados. Este é o seco, duro, enxuto, caceteiro e auto-promocional Stallone Cobra, dirigido pelo italiano George P. Cosmatos e escrito pelo prório Sylvester Stallone. Desde a cena de abertura já sabemos o terreno em que se pisa: um delinquente faz um grupo de refens em um mercado, e a polícia impotente acaba por chamar o polical Cobra para resolver a situação, já que o marginal começa a matar os inocentes, vemos daí em diante diálogos quase inacreditáveis saidos da boca do protagonista em direção ao bandido tais como: "Você é a doença e eu sou a cura" e "Com sua laia eu não discuto eu mato". A obra já deixa claro que a enrolação é pouca mas a violência é de sobra, a postura reacionária e vigilante do filme é explícita, mais um produto legítimo da era Presidente Reagan. Cobra demonstra ser incrivelmente simples e unidimensional, com uma dificuldade de comunicação impressionante com o próximo, por isso mesmo talvez seja o personagem mais radical que Stallone encarnou. A premissa e a condução do filme são de uma rapidez e economia impressionantes, grupo de assassinos pisicóticos fazem várias vítimas até que uma mulher aparentemente pode identifica-los e passa a ser perseguida pelo bando, Cobra é escalado para protege-la ao mesmo tempo que conduz a investigação de crimes do grupo. O detalhe interessante é que a radicalização do protagonista escrita e encenada por Stallone acabou fazendo com que Cobra se parecesse, muito, mas muito pouco com um policial, a bem da verdade ele próprio chega a ser a sua maneira parecido com os vilões do filme, só que do lado oposto. Se foi intencional ou não o paralelo isso não importa, pois o que o filme deixa bem claro é que somente o movimento, a ação e os diálogos análogos são o que importam, e Cosmatos como sempre soube conduzir de forma bastante satisfatória, como a perseguição de carros, altamente destrutiva (detalhe para o carro de Cobra um dos trabalhos de produção de um carro mais interessantes que eu já vi) e o combate final com o vilão, como não podia deixar de ser bastante violento. Falando no vilão destaque também para a presença física de Brian Thompson, sem dúvida uma face marcante, muito presente em diversas fitas B, quase sempre como antagonista. Muito criticado negativamente, a obra vale ter uma nova revisão depois de 20 anos de lançado, pois é cinema assumidamente despretensioso e insensato, cuja a movimentação incessante e o ritimo rápido é de grande qualidade. Produto de sua época, o filme claramente desgastou a imagem de Stallone já que este fez questão de se estereotipar ao máximo, coisa que até hoje ele não conseguiu se livrar, por mais que tente.

3 comentários:

herax disse...

Preciso rever este filme, só vi quando era moleque e não lembro de muita coisa. Mas o teu texto ficou ótimo e acelerou a minha vontade de rever a obra.

Jau disse...

Pois é, vi o filme recentemente e gostei muito da revisada, e que carro aquele dele puxa!

Luiz Alexandre disse...

Já eu vi uns anos atrás no sbt e não fiquei impressionado. Até toparia rever o filme, mas confesso q achei superestimado prum filme de macho.